Os preços das habitações usadas deverão continuar a crescer apesar das taxas de juro
Em 2023, o Índice de Preços da Habitação cresceu 8,2%, contra uma variação de 12,6% registada em 2022, de acordo com o Instituto Nacional de Estatística. Por categoria, os preços das habitações existentes aumentaram 8,7%, contra 6,6% nos imóveis novos.
Ainda segundo o INE, em 2023 transacionaram-se 136 499 habitações, por um total de 28 mil milhões de euros. Estes resultados representam reduções de 18,7% e 11,9%, em número e valor, respetivamente, relativamente ao ano de 2022.
Estes valores estão em linha com os que a DECO PROteste Investe já tinha avançado no início deste ano. No nosso estudo, em média, os imóveis apresentavam uma valorização de 8% em 2023.
Os nossos números também mostravam uma desaceleração face a 2022, onde se tinha observado uma valorização anual superior a 14%.
Como referimos, os preços das habitações usadas deverão continuar a crescer apesar das taxas de juro. A menos que ocorra uma grave crise económica em Portugal, é muito improvável que se assista a uma queda sustentada do preço das habitações como no período da troika. Porém, também é pouco expectável que se volte às valorizações anuais acima de 10% como se verificaram desde 2017 e até finais de 2022. Mesmo que o BCE reduza os juros não voltaremos a um ciclo de taxas de juro tão baixas.
Quanto à diminuição do número de transações é provável que se deva, neste momento também à expectativa em torno dos juros. Contudo, esse fenómeno aconteceu, por exemplo, também em 2020 e não teve impacto visível nos preços.
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